Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2013
PROGRAMA CAUTELAR
Em resposta ao secretário-geral do PCP, o primeiro-ministro reafirmou esta quarta-feira que não há, neste momento, qualquer negociação sobre um eventual programa cautelar para Portugal. Mas Passos também disse que no final do mês de Janeiro o Governo começará a trocar impressões sobre essa matéria com os seus parceiros europeus.

No debate prepatório do próximo Conselho Europeu, na Assembleia da República, Jerónimo de Sousa tinha explorado o paradoxo de o Governo preparar um programa cautelar para o país, findo o programa de ajustamento económico-financeiro em Junho de 2014, e ao mesmo tempo falar de uma “retoma económica”.

“Não há propaganda, existem é dados que são publicados por instituições oficiais, o INE e o Banco de Portugal. Não há nenhum ministro do Governo a produzir resultados económicos”, retorquiu o primeiro-ministro.

Passos Coelho disse que 2014 será um ano de recuperação económica e que “não existe nenhuma negociação em curso visando a saída do programa por parte de Portugal”. O primeiro-ministro explicou ainda que é ao Governo português que compete apresentar uma “estratégia” às instituições europeias e que o Executivo não “estigmatiza” qualquer possibilidade. “No final do mês de Janeiro iremos começar a trocar impressões”, disse o chefe de Governo, que não excluiu a negociação de "uma linha precaucionária".

António José Seguro, líder do PS, já tinha colocado a mesma questão, numa altura em que o primeiro-ministro não tinha tempo para responder. Citando as declarações de Mário Draghi, Seguro perguntou se o presidente do BCE “falou com base em negociações formais ou informais a nível europeu ou perante o insucesso do programa em Portugal?”

A mesma posição foi reafirmada perante a intervenção da coordenadora do BE, Catarina Martins, que apontou as declarações de Draghi como uma garantia de que haverá um novo programa. “Sabemos que a fantasia de regresso aos mercados acabou”, disse. Draghi “tirou a pilha ao relógio de Paulo Portas, não durou 24 horas”, acrescentou, referindo-se ao relógio countdown para a saída da troika que está na sede do CDS em Lisboa.

A dirigente bloquista aproveitou ainda o debate para pedir a demissão do ministro da Educação, Nuno Crato, na sequência dos incidentes com a prova de avaliação dos professores e para perguntar ao primeiro-ministro sobre as medidas alternativas no caso de um chumbo da convergência das pensões pelo Tribunal Constitucional. Passos Coelho disse não ser aquele o debate para este tipo de perguntas – o desta quarta-feira é sobre o Conselho Europeu – e acusou mesmo a deputada de não se ter preparado para a discussão ou de “não ter posição sobre a Europa para expressar no Parlamento”.

Heloísa Apolónia, de Os Verdes, escolheu o mesmo tema do programa cautelar e contrariou as declarações do primeiro-ministro ao dizer que uma leitura mais atenta das afirmações do presidente do BCE permitiam concluir que o responsável disse que “se for preciso ajuda, será garantida”, depois de elogiar os esforços do país em cumprir o programa de assistência financeira.

O secretário-geral socialista confrontou ainda o primeiro-ministro com a posição assumida por Portugal de voto a favor sobre a dupla penalização – perda de fundos e multas pecuniárias – no caso de incumprimento de metas orçamentais.

Passos Coelho afirmou que “o Governo manifestou desde o início oposição e reserva a esta condicionalidade”, mas que “o quadro plurianual é obtido por consenso”. “Se algum país bloqueasse a proposta de Orçamento europeu estaríamos numa posição muito diferente que era a de não ter financiamento nos próximos anos”, justificou o primeiro-ministro.

Sublinhando o que os aproxima – a necessidade de um compromisso europeu sobre esta matéria – Seguro disse que a cedência nesta questão, “que era fundamental”, os divide.

“Não o acompanho, senhor primeiro-ministro, se o Orçamento não podia entrar em vigor, não compreendo porque é que não se criou um bloco político para mostrar a quem manda na Europa a evidência”, sublinhou o líder do PS, considerando que “poder ficar sem parte dos fundos é gravíssimo”. "Com essa dupla condicionalidade, o seu Governo e os Governos seguintes até 2020 vão ter uma lâmina no pescoço", frisou António José Seguro.

Na sua intervenção inicial, Passos Coelho garantiu que irá bater-se no Conselho Europeu desta quinta e sexta-feira por um fundo europeu de garantia bancária, à semelhança do que fez a ministra de Estado e das Finanças nas reuniões de ontem e de hoje do Eurogrupo e do Ecofin. "Se precisamos de ter uma única entidade na Europa que decida sobre a resolução de bancos, então deveria existir um fundo europeu adequado para o resolver com uma garantia adequada para fazer face a qualquer decisão que venha a acontecer enquanto o fundo de resolução não estiver devidamente instituído", disse.
FONTE:Noticias ao Minuto

tags:

publicado por citando às 17:33
link do post | favorito


mais sobre mim
pesquisar
 
Junho 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
30


posts recentes

PROGRAMA CAUTELAR

arquivos

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

tags

todas as tags

blogs SAPO
subscrever feeds
Em destaque no SAPO Blogs
pub