
Ora bem, por mais que se queira falar, o tema são os 40 anos do 25 de Abril. Uns em "bicos de pés" a reivindicarem a sua paternidade e outros tentando demonstrar a ignorância das gerações mais novas sobre o tema.
Assim sendo, num período anterior a 25 de Abril , em que tudo neste País era manipulado, dando somente como exemplo o período de 38/45 e refugiados em Portugal - em que estes serviram para demonstrar uma estratégia de neutralidade desde que não chateassem o regime - verifica -se que a Democracia em Abril de 74 chegou. Os mesmos que estiveram lá, apesar de estarem de parabéns sem dúvida alguma, igualmente contribuiram para o reverso da medalha: do excesso de rigor para o facilitismo.
Se no regime anterior tudo era proibido ... passa -se rapidamente para o tudo é permitido. Por consequência, esta Democracia - que não se pode por em causa se o é ou não - vive constantemente à procura da sua fundamentação, de crescimento. As raízes surgiram há quarenta anos certamente, mas dia a dia a sua "construção" por vezes é deturpada em função de outros interesses, nomeadamente europeus - ou obedece -se, ou perdem -se fundos e coisa e tal.
Não venham agora, apontar como causa de falhas, Sócrates, Guterres, Cavacos, nem muito menos Passos Coelho ou Seguro - quanto estes dois últimos deram a cara no que tinha de ser- daqui por 40 ou 50 anos poderão surgir como os homens da mudança da Democracia portuguesa.
Tem se ouvido vozes de popularidade a favor de Mário Soares - ponto de referência sem dúvida ( apesar da inconveniência das palavras quanto a Eusébio), Ramalho Eanes e Sampaio. Mas de que seria a sua popularidade feita, se não tivessem existido no seu tempo homens como Sá Carneiro, Amaro da Costa e muitos outros...
A Democracia constói -se dia a dia.